Existem duas variedades principais de fado, nomeadamente as das cidades de Lisboa e Coimbra. O estilo lisboeta é mais conhecido, juntamente com o estatuto de Amália Rodrigues, enquanto o de Coimbra está tradicionalmente ligado à universidade da cidade e ao estilo dos trovadores medievais serenatas. O fado moderno é popular em Portugal, e tem produzido muitos músicos de renome.
fado de CoimbraEditar
Este fado está intimamente ligado às tradições académicas da Universidade de Coimbra e é cantado exclusivamente por homens; tanto os cantores como os músicos vestem o traje académico (traje académico): túnica escura, capa e leggings. Namorando a tradição trovador da época medieval, é cantada à noite, quase no escuro, em praças ou ruas da cidade. Os locais mais típicos são as escadarias do Mosteiro de Santa Cruz e da Sé Velha de Coimbra. Também é costume organizar serenatas onde se cantam canções perante a janela de uma mulher a ser cortejada.
Como em Lisboa, o fado de Coimbra é acompanhado pela guitarra portuguesa e viola (um tipo de guitarra). A guitarra de Coimbra evoluiu para um instrumento diferente do de Lisboa, com a sua própria afinação, coloração sonora e construção. Artur Paredes, um cantor progressivo e inovador, revolucionou a afinação da guitarra e o seu estilo de acompanhamento do fado de Coimbra. Artur Paredes foi o pai de Carlos Paredes, que seguiu os passos do seu pai e expandiu o seu trabalho, tornando a guitarra portuguesa um instrumento conhecido em todo o mundo.
Nos anos 50, um novo movimento levou os cantores de Coimbra a adoptar a balada e o folclore. Começaram a interpretar as linhas dos grandes poetas, tanto clássicos como contemporâneos, como uma forma de resistência à ditadura de Salazar. Neste movimento, nomes como Adriano Correia de Oliveira e José Afonso (Zeca Afonso) tiveram um papel de liderança na música popular durante a revolução portuguesa de 1974.
p>alguns dos mais famosos fados de Coimbra incluem: Fado Hilário, Saudades de Coimbra (“Do Choupal até à Lapa”), Balada da Despedida (“Coimbra tem mais encanto, na hora da despedida” – as primeiras frases são muitas vezes mais reconhecíveis do que os títulos das canções), O meu menino é d’oiro, e Samaritana. O “juiz-cantor” Fernando Machado Soares é uma figura importante, sendo o autor de alguns desses famosos fados.
Curiamente, não é um fado de Coimbra, mas uma canção popular que é o título mais conhecido que se refere a esta cidade: Coimbra é uma lição, que teve sucesso com títulos como o de Abril em Portugal.