22 Mar Fases da Úlcera do Pé Diabético
Diabetes mellitus é uma das doenças mais comuns no mundo, e o pé diabético é considerado como uma das complicações mais significativas da diabetes, com um risco global de desenvolver uma úlcera no pé em diabéticos próximo dos 25%. Provoca uma morbilidade grave em termos de incapacidade e amputação da perna. A diabetes é a causa de quase 50% de todas as amputações não traumáticas das extremidades inferiores em todo o mundo. A neuropatia e a vasculopatia diabética são os principais processos subjacentes que levam à ulceração do pé diabético. Outros factores que contribuem para isso incluem traumas, anomalias biomecânicas, mobilidade articular limitada e infecção.
As úlceras do pé diabético são classificadas como fases a fim de se ter um plano de tratamento e acompanhamento adequados. As úlceras do pé diabético podem ser caracterizadas como neuropáticas, isquémicas, ou neuroisquémicas, dependendo de como complicações tais como neuropatia periférica e doença arterial afectam a etiologia. Existem vários métodos de classificação do pé-ulcer que foram propostos mas nenhum foi universalmente aceite.
Classificação Wagner-Meggitt: baseada principalmente na profundidade da ferida.
- grau 0 – pele intacta
- grau 1 – úlcera superficial
- grau 2 – úlcera profunda ao tendão, osso, ou articulação
- grau 3 – úlcera profunda com abcesso ou osteomielite
- grau 4 – gangrena do antepé
- grau 5 – gangrena do pé inteiro.
Universidade do sistema do Texas: classifica as úlceras pela profundidade e depois classifica-as pela presença ou ausência de infecção e isquemia.
- grau 0 – local pré ou pós operatório
- grau 1 – feridas superficiais através da epiderme ou da epiderme e derme, mas que não penetram no tendão, cápsula, ou osso.
- grau 2 – penetram até ao tendão ou cápsula, mas o osso e as articulações não estão envolvidos.
- grau 3 – as feridas penetram até ao osso ou até uma articulação.
Cada grau de ferida é composto de 4 fases:
- feridas de limpeza
- feridas infectadas não isquémicas
- feridas isquémicas
- feridas isquémicas infectadas.
A classificação SAD: características da úlcera de grau 5 (tamanho, profundidade, septicemia, arteriopatia, e denervação) numa escala de 4 pontos (0-3).
Grupo de Trabalho Internacional sobre o Pé Diabético (classificação PEDIS): classifica a ferida numa base de 5 características: perfusão (fornecimento arterial), extensão (área), profundidade, infecção, e sensação.
Orientações da Sociedade de Doenças Infecciosas da América: com base nela, o pé diabético infectado é subclassificado nas categorias de leve (envolvimento restrito apenas da pele e tecidos subcutâneos), moderado (mais extenso ou que afecta tecidos mais profundos), e grave (acompanhado de sinais sistémicos de infecção ou instabilidade metabólica).
O tamanho e a profundidade da ferida são fundamentais e devem ser documentados na visita inicial e em cada visita subsequente. É muito importante inspeccionar o tecido presente na base da ferida, pois pode fornecer uma grande quantidade de informação sobre a vascularidade e possível infecção.
As feridas plantares (na planta do pé) são geralmente causadas por traumas repetitivos, crónicos e de baixa velocidade a um pé diabético que diminuiu a inervação sensorial devido à neuropatia. A redução do trauma repetitivo é essencial para travar o processo e promover a cura adequada.